terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Inverno - Poema de Eugénio de Andrade

Velho, velho, velho
Chegou o Inverno.


Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,

O chão onde passa
Parece um lençol.


Esqueceu as luvas
Perto do fogão:

Quando as procurou,
Roubara-as um cão.

Com medo do frio
Encosta-se a nós:

Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.


Velho, velho, velho.

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